Blogs e newsletters ferramentas web 2.0 que ainda são relevantes

Blogs e newsletters não são ferramentas novas, pelo contrário, ambas já tem mais de uma década de existência, o problema é que ainda existem empresas que não aprenderam como usar ou o seu potencial.

Ainda hoje empresas usam blogs como murais de recados e newsletters como email marketing quando na realidade está não é a proposta de nenhuma das duas.

Vamos as diferenças.

O blog é um percursor de mídias sociais que temos hoje como o facebook e o Google+, mas você sabe qual é a característica que fez ele tão popular e que ainda hoje persiste entre estes dois?

Muitos poderiam dizer que o sucesso veio da possibilidade de democratizar a habilidade de produzir conteúdo, mas o que faz dessas mídias um sucesso é sua capacidade de interação entre seus atores.

Pense bem uma rede social não é popular porque você tem facilidade de postar as coisas ou porque você tem uma audiência, ela é popular porque você pode colocar algo na web e este algo pode ser comentado e compartilhado, assim como os blogs.

E muitas empresas hoje desprezam isso, muitas empresas fazem blogs que não permitem comentários, medo de spam dizem algumas, medo de virar um mural de reclamação dizem outras, mas o que elas deviam ver é como um centro de feedback.

Quando eu digo feedback eu não necessariamente quero dizer de um produto ou serviço, mas de uma notícia ou posição por exemplo.

Empresas americanas já sabem disso e em seus blogs elas conseguem gerar hype e termômetros, elas postam atualizações previstas em seus serviços ou suas linhas de produtos e recebem dezenas ou centenas de resposta de pessoas demonstrando seus pontos de vista a favor ou contra, e assim conseguem decidir se a ideia é boa ou um tiro no pé.

Algumas empresas usam para ganhar reputação como o caso do site TeamTreehouse que vende cursos e oferece em seus blogs artigos e prévias de seus cursos para ganhar audiência, nome e em alguns casos conseguir converter algumas pessoas, uma empresa brasileira que tem o mesmo estilo é a Tableless antiga Visie que oferecia cursos no mercado brasileiro e para ganhar nome, reputação e fazer algumas conversões postava artigos técnicos relacionados aos seus cursos no site Tableless.

Elas também usam para criar identificação com os clientes, empresas como Panic.inc e Pixelmator colocaram em seus blogs parte do seu escritório, é uma forma de deixar as pessoas entrarem, fazerem parte sem de fato elas precisarem fazer isso, também aumenta a confiança na empresa de que ela é um lugar real, que existem pessoas reais trabalhando nela.

Outro uso de blog perpetuado por Panic aqui e aqui e pela empresa CulturedCode é usar o poder de seus blogs, suas comunidades para contratar funcionários, através de seus blogs eles conseguem encontrar pessoas que não só conhecem o produto deles mas que podem em algum grau gostar da empresa e ter desejo de fazer parte do que eles fazem, para aqueles que querem um exemplo brazuca podemos mencionar o site Camiseteria que ofereceu uma vaga para desenvolvedores Web em seu blog.

Estas empresas viram algo, elas perceberam que poderiam usar seus blogs para criar uma audiência e que através de determinadas ações poderiam converter estas audiências a seu favor, não necessariamente fazendo conversões diretas, mas se tornando dentro da cabeça destas pessoas sinônimo de qualidade, algo com o qual elas podem se identificar, se tornando humanas para seu publico.

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Lembre-se blog não é jornal, você tem que estar preparado para ouvir o publico e não esperar que ele aceite tudo.

Para as empresas que tem medo de que seus blogs virem um portal de reclamações existem opções para evitar isso.

  • Crie um portal de atendimento ao cliente, hoje é mais barato do que se pensa e como a comunicação é assíncrona não há filas.
  • Crie uma forma de auto atendimento, permita ao seu cliente se atender sozinho se for possível, se você é uma fabricante, coloque em seu site uma seção de resolução de problemas, caso os problemas tenham que ser resolvidos em uma assistência técnica coloque uma forma de encontrar as assistências técnicas e de verificar o estado de seu produto.
  • Permita que os consumidores possam se ajudar, caso possível crie um fórum de discussão onde seus consumidores possam procurar ajuda e compartilhar informações.

Uma vez que seus consumidores estiverem felizes ou satisfeitos com o atendimento não haverá motivo para que eles abusem de seus blogs, isso não quer dizer que você nunca vai ter uma reclamação, mas encaminhando as pessoas para os lugares certos irá rapidamente evitar este tipo de problema.

Agora as Newsletters.

Newsletters são mal compreendidas, muitas pessoas formadas em marketing ou administração acreditam que newsletter é um outro nome para email marketing. Errado. Errado e Errado!

O objetivo de uma newsletter é comunicar noticias, enquanto o objetivo de um email marketing é vender (um produto ou uma marca), e isso são coisas bem diferentes, se fizermos uma analogia ao mundo real podemos ver a newsletter como as cartas da fundação Abrinq que informam a você sobre como a sua doação está mudando vidas, ou como os informativos do banco que nem sempre trazem noticias boas, mas nos informam sobre mudanças na legislação e em taxas do banco enquanto o email marketing é aquele catalogo que o submarino/comprafácil manda para sua casa cheio de produtos em promoção.

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Agora que entendemos a diferença temos que entender o que estamos fazendo errado também.

Quando uma pessoa entra em um site e cadastra o seu email em uma newsletter ele não quer receber uma enxurrada de promoções, mas sim noticias sobre determinado assunto ou produto. Em muitos sites americanos é comum ver que essa é uma diferença real.

Quando você se cadastra em alguns sites você tem as duas opções, a de receber newsletter e a de receber “promo emails” ou email marketing como conhecemos aqui no brasil, em outros casos somente a opção de email marketing está disponível, e você deixa-la em branco não quer dizer que você não irá receber emails desta empresa, quer dizer apenas que você não irá receber emails marketing desta empresa.

Mas não fique triste ainda, isso não quer dizer que você não pode usar as newsletters para algo legal, que elas tem que ser chatas.

Empresas como a citada anteriormente TeamTreehouse enviam emails sobre eventos, emails informando o que mudou na empresa e muito mais, não com o intuito de vender algum produto, mas o de construir marca e confiança.

Com estes emails é como se eles falassem para você “Olha eu não estou morto, estou bem aqui fazendo coisas novas” ou “olha que coisas legais estão acontecendo aqui, minha empresa é legal não é”, eles tentam criar imagens positivas a respeito de suas empresas, e mesmo quando eles tem que aumentar o preço ou taxa sobre algum serviço e você é notificado você não se sente mal, porque ao contrário do banco que diz que um saque agora é 100% mais caro e pronto, eles dizem “Estamos fazendo muitas coisas novas e interessantes, viu como nosso produto/serviço está bem melhor então precisamos de um pouco mais de seu dinheiro para continuar fazendo coisas incríveis” e dessa forma você se sente menos mal com isso.

Você do departamento de comunicação/marketing

Pense nisso, você tem nas mãos duas grandes ferramentas que se usadas da forma correta irão aumentar sua audiência e melhorar sua imagem, mas que se usadas da forma errada irão lhe levar para o fundo do poço.

Tem algum exemplo que gostaria de compartilhar? Ficou com alguma dúvida, vamos conversar, deixe um comentário.

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